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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Braçal denuncia trabalho escravo

O braçal João Carlos de Oliveira, Rio grandense, 49 anos, procurou na tarde de ontem a reportagem de O Regional para denunciar que foi ameaçado de morte dentro de uma fazenda situada nos arredores da cidade de Senador La Roque, às proximidades de Imperatriz, no Estado do Maranhão.
Ele contou que residiu no Estado do Pará havia 30 anos, sendo que no ano de 2008, foi trabalhar em Dom Eliseu, na fazenda de um pecuarista da região. Após três meses de trabalho, o dono da fazenda foi assassinado em uma emboscada, ocasião em que João Carlos conheceu , no velório do fazendeiro, o pecuarista José Marcos Herbst, conhecido como “Marcão”, que era amigo de seu patrão e possuía propriedades no Maranhão.
Nesta ocasião, Marcão convidou João Carlos para trabalhar em uma de suas fazendas,proposta que foi aceita pelo mesmo. Depois de seis meses de trabalho, conforme versão de João, Marcão pagou a quantia de 3.220 reais pelos serviços prestados. A partir de então, Marcão disse a João que o mesmo iria trabalhar com ele em outra fazenda, na zona rural da cidade de Senador La Roque. O braçal conta que, desde que passou a tomar conta da referida fazenda, não se entendeu mais com Marcão, que segundo ele, passou a tratá-lo com “arrogância”, sendo que depois disso, a esposa de Marcão, de pré-nome Sônia, é quem passou a tratar com ele os assuntos da fazenda.
No ínicio deste ano, após João ter chegado a fazenda, dona Sônia fez uma proposta de pagar a quantia mensal de 500 reais pelos serviços prestados por João, proposta que o mesmo recusou. Depois de breve conversa, ficou acertado que a questão seria resolvida no final do mês de junho.
Na data combinada, Sônia, mulher de Marcão, foi até a fazenda na companhia do marido e de um irmão do mesmo, ocasião em que acabou tendo discussão violenta com João Oliveira, uma vez que sustentava que o mesmo havia aceitado a quantia mensal de 500 reais para trabalhar na fazenda. “Eles me enganaram” afirmou o braçal a reportagem.
Depois da discussão, João Carlos diz que Marcão pegou um chicote para surrá-lo e depois o ameaçou de morte. “ Eu vou te mostrar que vou te matar”.
Temendo por sua vida, o braçal disse que aproveitou para fugir da fazenda depois que Marcão foi até a cidade de Senador La Roque buscar a polícia para prendê-lo.
Escondido na casa de pessoas da comunidade, que moravam ás proximidades da fazenda, João disse que foi avisado que Marcão estava andando com seis pistoleiros para matá-lo. “ Se eu espero ele voltar da cidade eu já estaria morto” Afirma João.
O braçal ressalta que teve que sair da região na garupa de uma motocicleta, usando um disfarce. Ele afirma que com a ajuda de amigos conseguiu chegar a Imperatriz, de onde pegou um ônibus para a cidade de Açailândia, seguindo dali para Ulianópolis, no Pará, onde reside atualmente. Esta semana ele ajuizou ação trabalhista e de reparação de danos em desfavor do empregador na Comarca de Imperatriz, onde também Representará junto ao Ministério Público para requisitar seus direitos e também denunciar para as autoridades todas as humilhações que sofreu dentro da fazenda.

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