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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

IBAMA COMBATE QUEIMADAS EM SÃO FÉLIX



Ação evitou a destruição de mais de 4,5 mil hectares de florestas primárias.

O Ibama divulgou relatório ontem informando que controlou 32 incêndios florestais, entre primeiro de julho e 26 de setembro, no interior da Área de Proteção Ambiental (Apa) Triunfo do Xingu, em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará. A unidade de conservação de uso sustentável é a prioridade do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) no município, que registrou 2.422 focos de calor no mês passado, auge da estiagem. Nas localidades de Soldadinho e Falcão, a 60 km de São Félix e já na área protegida, 14 brigadistas do Prevfogo detiveram o avanço do fogo em um dos mais importantes mosaicos de fragmentos florestais da região.

Com a ação foi evitada a destruição de mais de 4,5 mil hectares de florestas primárias. "A rápida mobilização da brigada e a ajuda de moradores locais foi fundamental para impedir maiores danos", comemorou o coordenador do Prevfogo no Sudeste do Pará, Diego Guimarães, após 11 dias de combate na área de difícil acesso, entre 15 e 26 de setembro. O mosaico abriga espécies raras da fauna, endêmicas (que só existem no lugar) e ameaçadas de extinção, como macaco-aranha-de-cara branca, arara-azul-grande e onça-pintada. “Vimos bandos de macacos-de-cara-branca fugindo das chamas, o que comprova o valor ecológico deste fragmento que poderia ter desaparecido no incêndio", conta Diego. 

O Prevfogo atua no município com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente de São Félix. O objetivo é evitar que as florestas mais preservadas da Apa sejam atingidas pelas queimadas. Em tempo seco, as chamas facilmente se espalham nos pastos, que dominam a paisagem do entorno da unidade, e atingem as matas. Com mais de dois milhões de cabeça de gado, São Félix possui hoje o maior rebanho bovino do país. A ausência de medidas de prevenção, segundo o Prevfogo, aumenta o risco de perda de florestas por fogo. "Os aceiros entre as propriedades, ou entre pastagens e florestas, poderiam diminuir muito os danos ao meio ambiente. Mas eles nunca são construídos nas propriedades", afirma Diego. 

Para o analista ambiental, a falta de cuidado muitas vezes é proposital. “Há casos de fazendeiros que potencializam os danos, ao queimar o entorno dos fragmentos de mata, alegando que fazem contra-fogo. O contra-fogo em áreas de floresta não é recomendado, pois tem uma ação mais danosa, sobretudo à fauna, do que o incêndio em curso", explica ele. Segundo o coordenador, na verdade, o que se pretende é aumentar as áreas de pasto, avançando irregularmente sobre a floresta de modo sutil.

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