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quinta-feira, 4 de abril de 2013

SEMINÁRIO DISCUTE EXTRATIVISMO VEGETAL NA REGIÃO DA TRANSAMAZÔNICA


O extrativismo vegetal tem importância relativa na composição da dieta alimentar e na complementação de renda para milhares de famílias de pequenos agricultores.

As experiências com ações de apoio ao extrativismo vegetal na região da Transamazônica e Xingu foram o tema de um seminário organizado pela Norte Energia, empresa responsável pela instalação e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte, esta semana, em Altamira. Atividade prevista no Programa Básico Ambiental de Belo Monte – PBA, o Projeto de Reestruturação do Extrativismo Vegetal tem como foco o apoio à recuperação do setor, que após anos de degradação, busca alternativas sustentáveis para se reerguer.

Entre os principais parceiros que já atuam na região com ações voltadas para a criação de uma rede de apoio ao extrativismo estão o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor), Fundação Viver Produzir e Preserva (FVPP), Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam), Instituto Socioambiental (ISA) e a Universidade Federal do Pará (UFPA).

O projeto vai mediar as relações entre setores do governo e instituições e as populações da Transamazônica e do Xingu. A ideia é oferecer assistência técnica e orientação, a exemplo do que aconteceu em 2012 com a Cooperativa dos Oleiros de Altamira. A organização do grupo permitiu a comercialização dos produtos (telhas e tijolos) dentro de uma padrão nacional de qualidade. “São ações pontuais e que tentam mudar, para melhor, hábitos, além de atuar na correção de desigualdades históricas” lembrou Paulo Sérgio, gerente socioeconômico da Norte Energia.

Prática usual na região, o extrativismo vegetal tem importância relativa na composição da dieta alimentar e na complementação de renda para milhares de famílias de pequenos agricultores, no estado do Pará. De acordo com a especialista Maria Lucimar, coordenadora de programas do Ipam, a histórica exploração artesanal dos recursos naturais na Transamazônica e no Xingu já não atende, com a mesma eficácia, às necessidades das famílias da região. “Sem apoio, muitas famílias perderam contas importantes porque não conseguiram atender aos pedidos. Produção em larga escala ainda é um sonho desse setor”.

Região produtora de seringa, de móveis artesanais com refugo (descarte) de madeira, produtos alimentícios como castanha, farinha e o mel, o Xingu ainda desperta interesse do mercado de cosméticos pelos produtos fabricados à base de copaíba e andiroba – espécies nativas e em grande abundância na região. “Com o trabalho que já vem sendo realizado pelas instituições e o apoio na logística e na organização desses produtores, o setor tem tudo para se recuperar, crescer e prosperar”, destacou Cleber Silva, da FVPP. Em 2012, comunidades extrativistas da região do Rio Iriri e do Riozinho do Anfrísio foram responsáveis pela exportação de seis toneladas de borracha nativa e quase 32 toneladas de castanha.

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