EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

domingo, 9 de junho de 2013

SINDICATO DE PRODUTORES INCENTIVA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO

Paragominas tem um déficit de aproximadamente 14 mil hectares de área de APP.

Uma das alternativas para a recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APP) no Código Florestal em vigor é o plantio de mudas nativas do ecossistema onde ela está inserida. Na semana do Meio Ambiente, o Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas (SPRP) defende uma outra solução como primeira alternativa para recuperar as áreas de Proteção Permanente (APP), a regeneração natural, com menor custo para o produtor rural.

De acordo com o SPRP, Paragominas tem um déficit de aproximadamente 14 mil hectares de área de APP. Nessa linha, os pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura (Esalq/USP), consultores técnicos do Pecuária Verde (PEC Verde), recomendam aos proprietários rurais que já iniciaram a adequação ambiental que mantenham essas áreas isoladas em relação aos pastos, para evitar atividades que possam prejudicar a recuperação da floresta, como exemplo o uso de herbicidas.

O termo APP foi implementado na legislação ambiental aplicada na década de 1960, com o foco na preservação de florestas e demais formas de vegetação natural, situadas ao longo de rios ou cursos d’águas. Atualmente, ele é um dos pontos de discussão do novo código florestal, que propõem a recuperação de 15 metros de Áreas de Preservação Permanente (APPs) apenas para os rios com dez metros de largura. Já os córregos mais largos, situação predominante nas propriedades rurais, não haveria obrigatoriedade de proteção e estes ficariam desprotegidos, de acordo com nova legislação.

A proposta feita pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas consiste no isolamento de no mínimo 30 metros em relação à área de pastagem, por um período de dois anos, a depender do tamanho do rio, como prevê a legislação atual. Produtores inseridos no projeto Pec Verde já adotaram esta medida nas fazendas piloto do projeto.

De acordo com a equipe de pesquisadores Esalq/USP, coordenada pelo doutor em ecologia Ricardo Ribeiro, a regeneração natural, através do controle de espécies de plantas que possam competir com a vegetação nativa, pode ser o método mais natural a ser adotado, no qual esse intervalo de tempo seria fundamental para que a área se recuperasse naturalmente. Este formato é considerado efetivo e eficiente para a restauração, sem a necessidade de um plantio inicial de mudas ou sementes.

Segundo o biólogo, Ricardo Ribeiro, essa é uma alternativa, já prevista no Código Florestal, com menor custo para o produtor que, para seguir a legislação, caso não monitore adequadamente o período de recuperação conforme o sugerido, deverá plantar as mudas. “O que temos que reforçar é o isolamento dessa área sem a aplicação de herbicida e roçagem para aumentar o potencial de auto-recuperação da área”, defende o pesquisador.

O presidente do SPRP, Mauro Costa, incentiva a realização do diagnóstico, como primeiro passo, e apresentação dos passivos ambientais para dar início ao processo de adequação ambiental, também exigida no Cadastro Ambiental Rural. “Apresentar os passivos não significa que nós estamos acabando com a carreira do produtor. O que nós queremos é que com essa apresentação, possamos verificar uma forma de recuperação desse passivo e viabilizar a atividade do produtor”, explica Costa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário