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sexta-feira, 26 de julho de 2013

TRT REFORÇA SEGURANÇA DE JUIZ AMEAÇADO

Jonatas Andrade recebeu ameaças devido atuação em processos envolvendo fazendeiro.

 
O Tribunal Regional do Trabalho, da 8ª Região, (TRT8) deslocou na manhã de ontem integrantes do Grupo Especial de Segurança (GES), para reforçar a segurança do juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de Marabá (PA), Jônatas Andrade,que recebeu ameaças de morte em razão de sua atuação em processos que envolvem o pecuarista Delso Barroso, o “Delsão”. O TRT 8 também comunicou formalmente a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará  e a Superintendência da Polícia Federal no Estado, visando garantir a integridade física do juiz e de seus familiares.

As ameaças chegaram ao conhecimento do magistrado Jonatas Andrade através de dois advogados que foram contratados por 9 trabalhadores para atuar em processos contra o fazendeiro.  De acordo com o relato dos advogados, dias depois de contratar os serviços advocatícios os clientes desistiram das ações, alegando que foram ameaçados de morte por “Delsão”.

Segundo as denúncias, registradas no cartório do TRT de Marabá, há cerca de um mês atrás, cerca de 40 trabalhadores moveram uma Ação Trabalhista contra a empresa pertencente ao pecuarista, ocasião em que Décio Barroso teria afirmado que mandaria matar o líder dos trabalhadores reclamantes, o advogado Romoaldo Oliveira, que ingressou com a Ação e o juiz Jonas dos Santos Andrade.

Décio José Barroso Nunes, o “Delsão”, é réu em um processo que tramita na comarca de Rondon do Pará, acusado de ser o mandante do assassinato do sindicalista “Dezinho”, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município. O crime, ocorrido em dezembro de 2000, teve repercussão internacional. Até hoje, a viúva de Dezinho, a sindicalista Maria Joel, e várias entidades lutam para que o fazendeiro seja levado a julgamento. O caso ganhou repercussão nacional e várias associações de classe já manifestaram seu apoio, estando em curso investigações das polícias federal e civil, visando coibir qualquer ação ofensiva contra o magistrado.

Vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos em 2012, concedido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em razão de sua trajetória no combate ao trabalho escravo, o juiz Jônatas Andrade foi um dos idealizadores do Grupo Interinstitucional de Erradicação do Trabalho Escravo (GAETE), que tem entre seus integrantes a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Organização Não Governamental Repórter Brasil, entre outras instituições.

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