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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ENTIDADES AFIRMAM QUE ABSOLVIÇÃO É PRÊMIO PARA MATADORES DE SINDICALISTA

Os jurados, por maioria, entenderam que não havia provas suficientes para a condenação dos acusados

Várias entidades divulgaram esta semana um manifesto público contra o julgamento que absolveu na semana passada os réus Lourival de Sousa Costa e Domício de Sousa Neto, acusados de participação direta no assassinato do sindicalista José Dutra da Costa, o Dezinho, crime ocorrido em 2001,em Rondon do Pará, no sudeste paraense.  Os jurados, por maioria, entenderam que não havia provas suficientes para a condenação dos acusados.

De acordo com o manisfesto, “as investigações que resultaram na inclusão de Lourival e Domício no processo foram marcadas pelo descaso da polícia civil e pelas ações equivocadas de alguns promotores que atuaram no Ministério Público de Rondon do Pará”. Segundo representantes da Comissão Pastoral da Terra,CPT,  logo após o crime, a polícia chegou aos nomes de Lourival e Domício através de testemunhas que afirmaram em depoimento terem visto o fazendeiro rondando a casa do sindicalista em companhia de um desconhecido e indicando a este a residência onde morava Dezinho. “Uma testemunha confirmou também que a arma usada para assassinar o sindicalista pertencia a Domício, gerente da fazenda de Lourival. A razão pela qual Lourival e outros fazendeiros de Rondon, queriam a morte de Dezinho foi devido de seu apoio aos trabalhadores rurais que reivindicavam terras públicas para assentamento de reforma agrária, ocupadas ilegalmente por fazendeiros de Rondon, entre eles Lourival”.  

Diz a nota ressaltando que a polícia iniciou as investigações que apontavam para a participação dos dois acusados mas abandonou o inquérito sem aprofundar ou concluir o processo investigatório. “Infelizmente, esse caso é um exemplo do que vem ocorrendo em muitos processos que apuram a responsabilidade por assassinatos no campo no Estado do Pará. Quando os acusados não são favorecidos pela ausência total de investigação, acabam sendo beneficiado pelo desinteresse do poder público em punir todos os culpados, principalmente, quando estes, detém alto poder econômico e influência política nos seus municípios”. Diz a nota.

 Em contato com a reportagem de O Liberal, a sindicalista Maria Joel, viúva de “Dezinho”, disse que a absolvição dos acusados do assassinato de Dezinho é motivo de comemoração para todos aqueles que vivem da prática criminosa da grilagem de terras públicas, da pistolagem, do trabalho escravo e dos crimes ambientais na Amazônia. “Isto provoca o aumento da insegurança de todos os que lutam pela defesa da vida, pelo acesso à terra, pela defesa da floresta e dos territórios das populações amazônicas”. Encerrou a sindicalista.

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