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quarta-feira, 7 de maio de 2014

FAZENDEIRO QUE COMANDOU CHACINA DE 5 TRABALHADORES RURAIS VAI A JURI NESTA QUINTA-FEIRA,08, EM BELÉM

Marlon Pidde vai a julgamento 29 anos após tortura e morte de 5 trabalhadores rurais.



 
O fazendeiro Marlon Lopes Pidde, acusado da chacina de 5 trabalhadores rurais no município de Marabá, no dia 27 de setembro de 1985, sentará no banco dos réus na manhã de hoje, em Belém.  O crime ficou conhecido como chacina da Fazenda Princesa. O processo já tramita na justiça paraense há 29 anos e até hoje nenhum responsável pelos crimes foi julgado. A sessão do Júri será presidida pelo Juiz Moisés Flexa.

O caso ficou conhecido a nível nacional e internacional, em razão da crueldade usada pelos assassinos, chefiados por Marlon, para matar as vítimas. Os cinco trabalhadores foram sequestrados em suas casas, amarrados, torturados durante dois dias e assassinados com vários tiros. Depois de mortos, os corpos foram presos uns aos outros com cordas e amarrados a pedras no fundo do rio Itacaiúnas. Os corpos só foram localizados mais de uma semana após o crime. O caso foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, onde tramita um processo contra o Estado brasileiro.

O gerente da fazenda de Marlon, que também foi denunciado por ter participado da chacina, escapou de ser julgado, devido ter completado 70 anos e ter sido beneficiado pela prescrição. Um irmão e um empregado de Marlon também enfrentarão o tribunal do júri. Os pistoleiros que fizeram parte da chacina não foram identificados.

Marlon Pidde, acusado de ser o mandante do crime, passou 20 anos foragido. Ele foi preso pela Polícia Federal no final de 2006. Na época, estava residindo em São Paulo e usava nome falso. O fazendeiro passou apenas 4 anos e 8 meses preso. Em Agosto de 2011, o STJ mandou soltar Marlon alegando demora em excesso da Justiça paraense em levá-lo a julgamento.

De 1985 até 2006, o processo permaneceu no fórum de Marabá.  Logo após sua prisão, em junho de 2007, os advogados da CPT e da SPDDH, que atuam na assistência da acusação, em conjunto com o Ministério Público, ingressaram com pedido de desaforamento do julgamento para a comarca da Capital. No entanto, o Tribunal só julgou o pedido no dia 08 de fevereiro de 2010.  Em seguida, a defesa de Marlon interpôs os recursos Especial e Extraordinário contra a decisão do Tribunal que desaforou o julgamento para Belém.

No segundo semestre do ano passado, o Ministério Público, tomou conhecimento de que o Fazendeiro Marlon encontrava-se na sede da Polícia Federal do Estado de São Paulo tentando tirar seu passaporte. O acusado pretendia empreender fuga do Brasil. Atendendo ao Pedido do MP, o juiz da primeira vara do tribunal do júri da capital decretou de imediato sua prisão preventiva. Mas, meses após, o mesmo juiz mandou colocá-lo novamente em liberdade, atendendo pedido da defesa de Marlon.

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