EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

TARCISIO MEIRA RECEBEU O BLOG EM SUA FAZENDA EM AURORA DO PARÁ


Uma fazenda aconchegante situada na zona rural do município de Aurora do Pará é um dos refúgios preferidos de um dos monstros sagrados da televisão brasileira. Há mais de 40 anos, Tarcísio Meira, o primeiro galã da TV nacional, é um ilustre fazendeiro paraense. Entre uma novela e outra, o ator aproveita para viajar para sua fazenda e aproveitar um pouco de tranquilidade longe dos holofotes.
Minha primeira conversa com Tarcísio se deu, por telefone, em julho de 2014. Eu havia ido até a fazenda São Marcos, a 20 quilômetros da área urbana de Aurora do Pará, com o intuito de entrevistá-lo. Na ocasião, um funcionário da propriedade me disse que ele estava no Rio de Janeiro, com previsão de chegada ao Pará dentro de uma semana. Sem muita esperança de conseguir a entrevista, deixei meu telefone de contato. Dias depois, Tarcísio me telefonou e marcou uma conversa, inicialmente no aeroporto de Belém.

No encontro, o ator se mostrou um pouco preocupado com a possibilidade de conceder uma entrevista para falar de sua história no Estado do Pará. A reação é perfeitamente compreensível para alguém que alcançou o auge da fama e que hoje prefere aproveitar a vida no campo nas raras horas de folga. Felizmente, depois de 2 meses daquela conversa, em meados de setembro, Tarcísio me recebeu em sua fazenda para um bate-papo agradável.

Depois de um suculento almoço, regado a peixe assado de forno, ele falou sobre a sua chegada ao Pará, na década de 70, a paixão pela pecuária, sobre o trabalho na televisão e também sobre o seu cotidiano quando está em sua fazenda em Aurora. A entrevista foi publicada no jornal O Liberal desta segunda, 02, e já está disponível na internet.

Como surgiu a ideia de comprar uma fazenda no interior do Pará?

Eu sempre fui apaixonado por fazenda. Certa vez, na década de 70, eu fiz uma viagem a trabalho para Manaus, quando um amigo me falou de uma área que estava à venda no interior do Pará. Não demorou muito e eu fechei o negócio. De lá para cá virei quase um paraense. Sempre que arranjo um tempo, corro para ver como estão meus bois no Pará.


Você possui outras propriedades rurais?

Tenho uma outra fazenda e um sitio em São Paulo. Quando consigo uma folga no trabalho, divido meu tempo entre as minhas propriedades.


Como é sua relação com o povo paraense?

Quando cheguei ao Pará, na década de 70, conheci algumas pessoas com as quais mantenho uma grande amizade até hoje. O povo paraense é muito receptivo e hospitaleiro. Me lembro que certa vez, quando eu e Glória (Menezes), viemos a Belém, para o lançamento de um filme, uma multidão nos saudou euforicamente em frente ao cinema. Foi uma coisa muito bacana que guardo na memória com muito carinho.

Você pode falar sobre os seus amigos do Pará?

Falar de amigos sempre é muito bom. Dentre as amizades marcantes no Pará posso citar o Romulo e a Déa (Maiorana). A gente se hospedava na casa deles quando vinha a Belém. A Glória tem um grande carinho pela Déa. São amigos valiosos que nos receberam de braços abertos desde a primeira vez que viemos ao Pará.

Em Belém existe uma lenda sobre uma casa situada na avenida Júlio César, que muita gente diz que é de sua propriedade. A casa é mesmo sua?

Me divirto bastante quando falo sobre este assunto. A casa nunca foi minha. Na verdade, as pessoas fazem um pouco de confusão. Acredito que esses boatos surgiram porque logo nas primeiras viagens que fiz ao Pará costumava ficar hospedado em um hotel que fica em frente a esta casa. Eu acho que vez ou outra eu devo ter atravessado a rua, ou para caminhar ou para pegar um táxi, e as pessoas me viram em frente à casa e deduziram que eu morasse ali. São histórias que passam de boca em boca e acabam se confundindo com a realidade. Na vida do ator isso é muito comum.

Falando um pouco de trabalho, você é um dos mais consagrados atores da televisão brasileira. Como você avalia o trabalho na televisão nos dias atuais, em relação ao passado?

No tempo em que comecei a fazer televisão a coisa era um pouco difícil. O sujeito tinha que gravar várias cenas e, quando um equipamento enguiçava, tínhamos que esperar uma eternidade para retomar o trabalho. Hoje, com o avanço da tecnologia, tudo é muito fácil. Não se faz tanto esforço. Me recordo que certa vez, quando uma câmera deu problema, comecei a ler um livro interessante. Nele, o sujeito criava uma máquina que imitaria o ser humano. Quando a obra ficou pronta o autor da façanha faz a pergunta fatal para a máquina: Deus existe? E ela responde: agora existe. Gostei muito desse livro.

Você tem se dedicado muito às suas fazendas. Quais os seus projetos para o futuro? Você vai retornar às novelas?

Minha última participação em novela foi em Saramandaia. Eu vou participar da próxima novela das nove da Globo, que deve ir ao ar em fevereiro. Recentemente participei de um filme. Tenho muita vontade de fazer um filme aqui no Pará. Seria naquela região de Santarém, perto da praia de Alter do Chão. Estou tentando emplacar este projeto.

Você vem com frequência à sua fazenda?

Como já disse, venho sempre que pinta uma folga. Gostaria de vir mais do que o de costume. Teve uma época que já passei quase um ano sem aparecer por aqui. Agora tenho vindo com mais frequência. Felizmente eu tenho uma equipe muito boa que cuida de tudo na minha ausência. Quando estou longe, mantenho contato quase que diariamente com meus funcionários. Ligo para saber como estão as coisas e resolver pendências.

Você é uma pessoa muito conhecida e querida aqui na região. Você tem muito contato com a comunidade local?

O pessoal daqui é muito hospitaleiro e gosta de uma boa prosa. Eu gosto de conversar com as pessoas. Sempre recebo muitas visitas de moradores de Aurora aqui na fazenda. Procuro sempre receber todos com atenção e carinho. É o meu jeito de agradecer a acolhida no Pará.

Você também é conhecido por ajudar as pessoas da comunidade. Isto é uma marca do ser humano Tarcísio Meira?

Já passei por muitas experiências ao longo da vida. Algumas desagradáveis. Sempre procurei ajudar, na medida do possível, as pessoas que me procuram aqui na fazenda. Não se trata de caridade. Acho que nosso mundo seria bem melhor se cada um ajudasse uma pessoa necessitada.

Você mantém uma escola dentro da fazenda para atender crianças. O que lhe motivou a implementar este projeto?

Me preocupo muito com essa questão da educação. Resolvi montar a escola para atender as crianças da redondeza que não tem acesso à escola. Estou um pouco preocupado porque a meninada de hoje não quer saber muito de estudar. Muitos querem ter acesso a computador não para aprender, mas para jogar na internet (risos). Estou bolando uma ideia para premiar os alunos da escola que tirarem as melhores notas.

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