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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ACUSADOS DE CHACINAR FAMILIA DE SINDICALISTA SERÃO JULGADOS EM MARABÁ



O julgamento dos acusados de envolvimento na morte do sindicalista José Pinheiro Lima, da mulher dele, Cleonice Campos Lima, e do filho do casal, Samuel Campos Lima, a época com 15 anos, ocorrerá em Marabá. Assim decidiram os desembargadores integrantes das Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará, ao julgarem, na sessão desta segunda-feira, 18, o pedido de desaforamento do processo, requerido pelo Ministério Público do Estado. O crime ocorreu em 09 de julho 2001, no bairro Morada Nova, em Marabá, na residência do casal. São acusados no processo os fazendeiros João Davi de Melo e Evandro Marcolino Caixeta, o gerente de fazenda Domingos Correia Bibiano, que era funcionário de Davi, e Ademir Ferreira Ramos. A relatora do pedido de desaforamento foi a desembargadora Maria Edwiges Lobato. Mais de 50 feitos foram julgados na sessão das Câmaras desta segunda-feira, sob a presidência do desembargador Ricardo Nunes, vice-presidente do TJPA.

Conforme os argumentos apresentados pelo Ministério Público, a realização do julgamento em Marabá poderia pôr e risco a necessária imparcialidade dos jurados, uma vez que os acusados teriam poder político e econômico na cidade. Alegaram também que o crime gerou elevada comoção. Os magistrados negaram o pedido de transferência do júri de Marabá para a Comarca de Belém levando em conta a manifestação do Juízo da 3ª Vara Criminal de Marabá, que tem como titular o juiz Murilo Lemos Simão, que ressaltou não haver circunstâncias que impeçam a realização do julgamento na Comarca de origem.

 

De acordo com os autos do processo, a motivação do crime seria vingança, considerando que o sindicalista coordenava um grupo de famílias sem terra que ocupava a fazenda São Raimundo, de propriedade de João Davi de Melo. Em 2000, o imóvel foi desapropriado para atender um projeto de assentamento, o qual leva o nome do sindicalista assassinado. José Pinheiro já teria recebido diversas ameaças de morte.

Na denúncia oferecida à Justiça, o Ministério Público relatou que, por volta das 19h do dia 9 de julho de 2001, o acusado Ademir Ramos, juntamente com outro pistoleiro, invadiram a casa da vítima e assassinaram Cleonice na sala, quando esta assistia televisão. Seguiram até o quarto da casa e encontraram José Pinheiro convalescendo de malária, acertando-lhe três tiros. Quando já deixavam a casa pela porta da frente, depararam-se com Samuel, alvejando-o no peito. Samuel estava jogando bola com outros adolescentes próximo de casa e, quando ouviu os disparos, correu para verificar o que estava acontecendo. O casal morreu no local. Samuel ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

 

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