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sexta-feira, 8 de abril de 2016

MOVIMENTOS SOCIAIS DIVULGAM NOTA SOBRE ABSOLVIÇÃO DE FAZENDEIROS

A Comissão Pastoral da Terra e movimentos sociais de Marabá divulgaram nota pública hoje sobre a absolvição dos fazendeiros acusados de serem os mandantes da “Chacina de Morada Nova” Leia a nota abaixo :

“Conforme os movimentos sociais tinham previsto e denunciado em nota pública, divulgada no último dia 04 de abril, os fazendeiros João David de Melo, Evandro Marcolino Caixeta e o gerente Domingos Bibiano, acusados de serem os mandantes e intermediário da morte do sindicalista JOSÉ PINHEIRO LIMA, CLEONICE CAMPOS LIMA (esposa) e  SAMUEL CAMPOS LIMA (15 anos), foram todos absolvidos pelo tribunal do júri realizado em Marabá, encerrado no dia de ontem.

A decisão dos Movimentos Sociais e dos familiares de não participarem do julgamento, foi  uma forma de protesto contra o Tribunal de Justiça e o juiz Murilo Lemos Simão que decidiram pela realização do julgamento em Marabá. O Ministério Público e os advogados assistentes de acuação da CPT e da SDDH, requereram o Desaforamento do júri de Marabá para a capital.  De acordo com o MP e a Assistência, o julgamento não poderia ocorrer em Marabá, devido ao poder econômico dos acusados e as influencias políticas que exercem na região. Fato que poderia influenciar na decisão dos jurados comprometendo a imparcialidade necessária e exigida pelo Código de Processo Penal. Em sua manifestação o Juiz Murilo insistiu que o julgamento deveria ser realizado em Marabá. Em decisão publicada no dia 22/01/2016 os desembargadores definiram então que o julgamento fosse realizado em Marabá. Para os Movimentos Sociais e familiares, trata-se de um retrocesso da justiça paraense, pois, esse foi o primeiro caso envolvendo fazendeiros como mandantes de crimes no campo em que o pedido de desaforamento do julgamento para a capital  tenha sido negado pelo TJPA.

Em um plenário composto apenas por empresários de Marabá, com ausência dos familiares e da maioria das testemunhas de acusação, a defesa não teve dificuldades para a conseguir a absolvição de todos os acusados. Esse é o segundo caso de absolvição de mandantes de crimes em julgamento ocorrido em Marabá, sob a presidência do juiz Murilo Lemos. O magistrado tem se destacado nos vários processos de crimes no campo que preside por posições claramente contrárias ás vítimas e favoráveis aos fazendeiros. Razões que já levaram os movimentos sociais e a Ouvidoria Agrária Nacional a questionarem sua atuação, nesses processos, perante a presidência do TJPA.

A Assistência de acusação irá recorrer da decisão do conselho de sentença que absolveu os acusados, por entender que a decisão afronta as provas produzidas no curso da ação e que incrimina os mandantes e intermediários. A CPT e a SDDH irão encaminhar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, com pedido de responsabilização do Estado brasileiro em razão da não punição dos responsáveis pelos crimes.

Esse é mais um caso que alimenta a alta estatística de impunidade no campo no Pará.  De acordo com levantamento feito pela CPT, em 846 assassinatos de trabalhadores rurais ocorridos no período de 1980 a 2014 no Estado do Pará, apenas 293 resultou em um inquérito policial ou ação penal, muitos inclusive, já prescritos pelo decurso do tempo. Isso quer dizer que, 65,36% dos assassinatos no campo no período sequer foram investigados. Os dados mostraram ainda que dos 293 assassinatos investigados, em apenas  62 (21,16%) deles os processos foram concluídos com o julgamento de algum responsável pelo crime. Sendo que, dos casos julgados, 14 mandantes foram condenados e 03 absolvidos, 29 executores e intermediários foram condenados e 148[1] absolvidos. Os dados mostram a ineficiência dos órgãos de segurança pública, responsáveis pelas investigações e do Poder Judiciário responsável pela condução das ações penais.

 Marabá, 08 de abril de 2016

FETAGRI SUDESTE/CPT MARABÁ/STR MARABÁ/ SDDH e FAMILIARES DAS VÍTIMAS

Um comentário:

  1. Infelizmente, vemos hoje em dia no País, um grupo de "bandidos" apelidados por uma administração corrupta (PT) de movimentos socieais.

    Para estes não tem leis, não tem princípio, não tem limites, tudo podem, tudo é certo, desde que eles sejam os atores.

    Carregar armas, matar animais, silvestres ou domesticados, tudo é valido.Matam bois nas fazendas, caçam, pescam, sim, porque se as armas que carregam não são para atirar em pessoas, como as usam?

    É hora de pronunciar. O nosso código penal, deixou a cargo da sociedade onde vivem os envolvidos julgarem os casos nela ocorridos. Somente quem mora em Marabá, conhece o histórico dos acusados e das vítimas. Assim, é hora de parar com besteirol, com falácias, e a sindrome de hipossuficiência que toma conta desses "bandidos" que auto se denominam de membros de movimentos sociais, em querer a todo custo, mudar o rumo do histórico do direito.

    Se os acusados foram absolvidos, algo está por detrás do crime. E isso cabe a comunidade de Marabá dizer, e não aqueles que desconhecem completamente a história real, a situação fática para fazer um julgamento. Isso tem um nome, isso é um oportunismo, um desrespeito, à Democracia e ao Estado de Direito. As leis são para todos.

    É hora de encarar com seriedade essas posições, deixar de lado esse achismo da perseguição. O que está ocorrendo hoje a nível nacional é um bom exemplo. Criticam os grampos, mais não falam dos ilícitos cometidos pela nossa ilustre PRESIDENTA. Os fins não justificam os meios, no entanto, por questão de foro intimo deveriam os atores envolvidos pedirem desculpas a nação pela inconsequencia que seus atos causaram na economia e na vida das pessoas.

    Chega de hipocrisia.

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