EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

quinta-feira, 14 de abril de 2016

MÉDICA É JULGADA EM BELÉM PELA MORTE DE MÃE E BEBÊ NA MESA DE PARTO



Uma médica está sob julgamento no Conselho Regional de Medicina (CRM), acusada de ser responsável pela morte de uma mãe de 18 anos e de seu bebê, no momento do parto. O caso ocorreu em 2012, em uma clínica localizada na Cidade Nova III, em Ananindeua, região metropolitana de Belém.

O julgamento de Vânia Lúcia Monteiro iniciou na noite de terça-feira (12), na sede do CRM em Belém. Nesta quarta-feira (13), o CRM informou que o julgamento ético-profissional iniciou às 20h e durou cerca de duas horas. No entanto, o Conselho não pode divulgar informações sobre os processos, que estão sob sigilo.

O caso ocorreu em 24 de dezembro de 2012. Segundo a denúncia, Ana Carolina Carvalho Santiago, 18 anos, moradora do bairro do PAAR, no município de Ananindeua, sentiu contrações e foi até a Clínica Modelo, localizada na Cidade Nova III. A jovem havia feito todo o pré-natal na Unidade de Referência Materno Infantil, sem anormalidades nas consultas de rotina.

Ela foi internada e apresentava sinais de que possivelmente não teria condições de ter parto normal. Mesmo assim, foi submetida a vários procedimentos, e teve a barriga empurrada pela médica, na tentativa de forçar o nascimento do bebê. "Foi um sofrimento psicológico. A médica chamava a minha sobrinha de frouxa, que ela estava fazendo manha e não queria fazer força para ter o bebê", diz Lena Santiago, tia de Ana Carolina.

“Ela estava em trabalho de parto e nós não identificamos se a médica era obstetra ou não porque estávamos nervosos. A médica tentou o parto normal, mas a bebê não resistiu”, conta Admarina Carvalho Santiago, mãe da vítima.

 

Ainda de acordo com a denúncia, após constatar a morte do bebê, a médica chamou o pai da criança e pediu que ele a acompanhasse até a Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, junto com a Ana Carolina em carro particular, emprestado de um servidor do hospital. Ao chegar à maternidade, deixou a jovem aos cuidados da equipe que estava de plantão. Ana foi atendida na Santa Casa, e encaminhada para o CTI, com forte hemorragia. Ela perdeu muito sangue e não resistiu. O atestado de óbito definiu como causa morte: choque hemorrágico, histerectomia por laceração uterina, e cesariana por óbito fetal intrauterino.

“A médica diz que não se sente culpada pela morte da minha filha”, diz Admarina. “Nós esperamos justiça. Isso é muito difícil para mim porque ela era filha única. A médica continua clinicando. Um dia eu encontrei com ela no posto e sai correndo porque é muito difícil para mim até hoje”, relata a mãe de Ana.

Médica continua trabalhando

 O CRM informou que Vânia Lúcia não teve registro suspenso e nem cassado, e que continua no exercício da função. Procurado pelo G1, o advogado Eduardo Siso, que representa o Sindicato dos Médicos, declarou que não pode se pronunciar a respeito, pois o caso corre em segredo. Elr informou que na terça-feira (12) ocorreu apenas a primeira parte do julgamento, e que há previsão de novas datas para que ocorra a próxima etapa. Segundo Siso, a defesa aguardará o resultado do julgamento e sua publicação pelo CRM para poder definir sua manifestação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário